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12 julho 2008

Queiróz livre para a Selecção!

Carlos Queiróz conseguiu a desvinculação do Manchester United e vai assumir o comando técnico da Selecção Nacional de Portugal. Depois de um ciclo de 5 anos com Scolari ao leme, a Federação fez recair a sua aposta num técnico nacional, e ninguém melhor que o Professor para agarrar o desafio de substituir o carismático brasileiro. À sua espera está um contrato de 4 anos e a responsabilidade de gerir todas as selecções nacionais, algo que terá pesado na sua decisão já que é do conhecimento público a sua aposta no futebol de formação, como o demonstram as conquistas nos Mundiais Sub20 em Riade e Lisboa. Este será aliás um regresso, pois Queiróz já teve a responsabilidade de guiar a Selecção A na Qualificação para o Mundial dos EUA em 94. Uma campanha sem êxito mas que lançou muitos dos jogadores que compuseram a Geração de Ouro do futebol Português e que fez perdurar a memória nacional em Carlos Queiróz até 2006, ano em que Luís Figo, o último dessa geração renunciou à Selecção. Agora com 55 anos, uma carreira internacional ao mais alto nível, que contou com passagens pelo Real Madrid e Manchester United, chega ao comando da Selecção com o estatuto de técnico conceituado.
O ciclo de Luíz Felipe Scolari apesar de alguns bons resultados em fases finais pecou pela falta de títulos, a inexistência de projectos vitoriosos nas selecções jovens, pela falta de coerência na escolha dos jogadores seleccionáveis ( quem excluiria Baia quando foi considerado o melhor guarda redes europeu?), cenas degradantes com atritos com jogadores e jornalistas e pela falta de ética com que negociou a sua saída para o Chelsea, quando ainda decorria o Campeonato da Europa. Não faltaram os apelos à união dos portugueses junto da Selecção, as rezas e santos no balneário da equipa, assim como alguns milagres, mas ficou a impressão ( principalmente no Euro 2008 ) que os recursos técnicos e tácticos de Scolari eram demasiado parcos para levar a Selecção à conquista de títulos internacionais.
Carlos Queiróz pode e deve seguramente introduzir alguma disciplina táctica ao jogo da equipa, pautar-se por uma postura correcta e cordial no tratamento com a imprensa e jogadores (adversários inclusive) e dotar as selecções jovens com um projecto coerente e ambicioso para que não se assistam em futuras campanhas em Europeus e Mundiais a situações de desconhecimento de autoridade, de faltas de disciplina e comportamentos pouco convenientes a jogadores profissionais e treinadores. Com Scolari comprometemos cinco anos dos escalões de formação nacionais e três boas oportunidades para finalmente alcançarmos o tão desejado titulo internacional, quando tivemos provavelmente o melhor leque de jogadores de sempre e um Europeu realizado no nosso país.

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