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09 dezembro 2008

Hulk, o construtor de jogo!

Para quem duvidava, a qualidade do jovem desconhecido Givanildo está a revelar-se uma agradável surpresa a cada ronda que passa da Liga Sagres. Depois de um ínicio de temporada em que entrava na equipa no decorrer da segunda metade das partidas para ganhar ritmo competitivo e entrosamento com o restante plantel, Hulk tornou-se a partir do jogo com o Sporting para a Taça de Portugal um elemento em foco na equipa azul e branca, não só pelo fantástico golo que apontou mas pela importância que assumiu no jogo atacante da equipa. As suas já famosas arrancadas para golo, a forma determinada como disputa os lances, como parte com a bola dominada em rápidas progressões no terreno, os potentes remates à baliza e mais recentemente os passes para golo denunciam que "Hulk" deixou de ser nome de figura de banda desenhada para se tornar um elemento fundamental na melhoria do jogo da equipa portista e um dos destaques da Liga Portuguesa. Creio que a entrada do brasileiro no onze titular é indissociável da melhoria de resultados da equipa, do aumento do seu fluxo de jogo atacante e principalmente da melhoria da qualidade da sua posse de bola.
Passo a explicar: a equipa do FC Porto apresenta dificuldades notórias nas fases de construção, está talhada com jogadores a meio campo para rápidas transicções para o ataque. Jogadores como Raúl Meireles e Lucho pelas suas características não conseguem assumir o jogo, abrir os espaços necessários em defesas mais fechadas, notando a falta inequívoca dum centro campista que jogue de cabeça levantada, com a bola colada no pé, que rasgue as defesas com iniciativas individuais, por assim dizer falta a esta equipa um mágico nº 10. Ora, Hulk não sendo um número 10, é um jogador que não tem medo de assumir o jogo, de partir para cima dos defesas em iniciativas individuais, de provocar na defesa adversária os espaços para que surjam Lisandro, Lucho, Rodriguez e Meireles a finalizar. Parece-me que inicialmente essa tarefa seria confiada a Rodriguez, que iria manter o fluxo atacante pela esquerda do ataque em substituição de Quaresma, mas o seu fraco rendimento levou a que Jesualdo tivesse que alterar a equipa para que Hulk pudesse assumir essas funções no esquema táctico do Porto. Apesar da missão estar bem entregue, parece-me que o assumir destas funções por um avançado de raíz, que várias vezes tem que recuar para a linha do meio-campo para puder receber a bola, descaracteriza o jogo da equipa. Não raras vezes, inclusivamente com equipas do fundo da tabela, é possível observar os onze jogadores do Porto no seu meio-campo defensivo, com o tridente ofensivo formado por Lisandro, Hulk e Rodriguez na linha do meio-campo prontos a receber um passe em profundidade que lhes permita alcançar a área adversária em velocidade, o que desvirtua o que deve ser o conceito de jogo de uma equipa que deve assumir o controlo das partidas, que deve jogar no meio-campo adversário com a qualidade de posse de bola que lhe permita servir em condições de finalização os seus atacantes. Sempre que penso nesta matéria, relembro as palavras de José Mota na temporada passada aquando da visita do Paços de Ferreira ao Dragão, que afirmou que "o Porto de Jesualdo tinha um sistema de jogo de equipa pequena", pois recua no terreno, entrega o domínio ao adversário, para depois aproveitar os espaços que a defesa adversária deixa nas suas costas para romper em velocidade. Uma observação que na altura não caíu bem a Jesualdo Ferreira, mas que mais do que nunca esta época faz todo o sentido, uma vez que é indisfarçável a incapacidade da equipa em assumir o controlo do jogo no meio campo adversário. Este tipo de jogo serviu as pretensões da equipa contra o Dinamo de Kiev na gélida Ucrânia e no ambiente infernal de Istambul, mas redundou numa enorme humilhação no Emirates Stadium contra o Arsenal e em vários dissabores nos jogos a contar para o campeonato. É determinante que o Porto faça regressar Ibson em Janeiro e lhe confie essa missão ou que em alternativa recrute um elemento com características de regista, alterando o seu sistema táctico para um 4x1x3x2, de forma a ombrear com os "grandes" da Europa pela passagem aos quartos da Liga dos Campeões e mesmo para almejar a revalidação do título de campeão nacional. Quanto a Hulk, prevêem-se grandes vôos num futuro próximo.

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